sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

PAI DO NATAL, SERENÍSSIMA ALEGRIA





O Tempo Profano está prestes a retirar-se para solenemente permitir a entrada do Tempo Sagrado, isto é, Sua Singularidade visita o nosso planeta. Até o mais distraído sente o ruído visual e sonoro que acompanha esse momento tão especial. A imprensa já informou que o número de cartas, até ao momento enviadas, é o maior de sempre. Será da crise que os homens atravessam ou um maior conhecimento de Suas peculiaridades? Há pouco dei por mim a pensar em algo que me fez estremecer: O Pai do Natal assistiu à primeira noite de luar, conheceu a juventude do Sol, viu a primeira flor que rompeu da terra e esteve no nascimento da primeira célula. Fiquei a admirá-lo muito mais.

Antes de passar ao tema desta carta, solicitar obséquios, quero informá-lo que não acredito que seja velho e gordo, que tenha longas barbas brancas e se desloque num carro puxado a renas. O PAI DO NATAL é esbelto, imberbe e desloca-se pelo poder da energia que seu cérebro engendra. E ainda mais pressinto que a celebérrima estátua de Miguel Ângelo, DAVID, exposta numa praça em Florença, imita-o fielmente.



Como é que isso é possível? - Perguntam-me os que sabem que defendo esta tese.

É simples, certa noite VOSSA SERENÍSSIMA ALEGRIA entrou num sonho do artista e este esculpiu a famosa obra. Não será a Arte e tudo o que de mais belo se realiza na vida, resultado de um sonho?

Chegou o momento mais solene, o mais delicado desta missiva: encontrar uma palavra transparente, brilhante, incendiária, leve e pesada simultaneamente, vibrante. Encontrada, SABEDORIA é a palavra, eis o presente que solicito: faça chover sabedoria sobre a Terra para que:

O Homem não mais meta medo ao Homem, ninguém coma pão sem o partilhar, a vozearia não mais seja sobre defeitos, erros, azares alheios, mas sobre virtudes, decisões correctas e bem-estar.



Que todos os dias haja um alvorecer, odor a rosas, prados em flor, sabor a mel, aves a cantar na floresta e a riscar o nosso céu.

SALVE!